Boletim Econômico IGAS
1) Inflação
- IPCA (IBGE): acumulado em 12 meses = 4,46%.
- IPCA (IBGE): 2025 = 3,92%.
- IPCA (IBGE): novembro 2025 = 0,18%.
- IPCA 2026 projeção: 4,16%
- INPC (IBGE): acumulado em 12 meses = 4,18%.
- INPC (IBGE): 2025 = 3,68%.
- INPC (IBGE): novembro 2025 = 0,03%.
- IGP‑M (FGV): acumulado em 12 meses = -0,11%.
- IGP‑M (FGV): 2025 = 1,03%.
- IGP‑M (FGV): novembro 2025 = 0,27%.
- IGP-M (FGV) 2026 projeção: 4,00%.
Análise rápida:
Sob a ótica social e do consumo, a dinâmica inflacionária mais comportada favorece a preservação do poder de compra das famílias, especialmente das camadas de renda mais baixa. A menor pressão sobre preços de bens essenciais e serviços tende a aliviar o orçamento doméstico, criando condições mais favoráveis para a retomada gradual do consumo. Ao mesmo tempo, empresas passam a operar em um ambiente de custos mais previsível, o que facilita o planejamento e decisões de investimento.
Por fim, as expectativas para os próximos períodos apontam para um cenário de inflação moderada, porém ainda demandando cautela. Embora o ambiente atual seja mais benigno, a economia permanece sensível a choques externos, variações cambiais e cenários de eleições futuras. Assim, a manutenção de uma condução responsável da política econômica é fundamental para consolidar a estabilidade conquistada, garantindo crescimento sustentável e evitando o ressurgimento de pressões inflacionárias no médio prazo.
Fontes:
https://www.ibge.gov.br/indicadores
https://portal.fgv.br/noticias/igp-m-novembro-2025
https://www.bcb.gov.br/content/focus/focus/R20251205.pdf
2) Produto Interno Bruto (PIB)
PIB Consolidado de 2024:
- PIB de 2024: R$ 11,8 tri
- PIB de 2024: 3,4%
Projeções oficiais para o PIB de 2025:
- Ipea: 2,4%
- Banco Mundial: 2,4%
- Mercado/Focus: 1,9% – 2,2%
Projeções oficiais para o PIB de 2026:
- Mercado/Focus: 1,8%
Análise rápida:
O Brasil atravessa um período de transição de ciclo econômico. Depois de uma fase marcada por forte recuperação impulsionada pelo pós-pandemia e pela normalização de choques macroeconômicos o país avança para um estágio de crescimento mais moderado, porém sustentado.
Esse ritmo próximo de 2,4% ao ano não representa fragilidade. Ele mantém a economia em terreno positivo, favorece avanços graduais em emprego, renda e consumo e indica resiliência diante de um ambiente global mais adverso. No entanto, esse patamar ainda é insuficiente para enfrentar desafios históricos: baixa produtividade, desigualdades persistentes, fragilidade do investimento e atrasos em reformas estruturais.
Para 2026, as projeções sinalizam uma desaceleração do crescimento, situando-se em cerca de 1,8%, conforme relatórios de Mercado/Focus, em parte devido ao impacto de juros elevados, menor consumo das famílias e incertezas no cenário político das eleições de 2026. Apesar desse ritmo mais lento, a economia ainda deve manter expansão positiva, evitando recessão. No entanto, o ambiente de juros altos e o desempenho ainda fraco de alguns segmentos produtivos sugerem que o crescimento continuará moderado, exigindo atenção à implementação de políticas que estimulem investimento e consumo.
Fontes:
https://www.ibge.gov.br/indicadores#variacao-do-pib
https://www.bcb.gov.br/content/focus/focus/R20251205.pdf
3) Política Monetária – Taxa SELIC
- A Taxa SELIC atual está em 15,00% a.a.
- Projeção de mercado para a Selic ao fim de 2025 permanece em 15% a.a.
- Projeção de mercado para a Selic em 2026 é de 12,25% a.a.
Análise rápida:
A taxa Selic permanece em patamar elevado, caracterizando uma política monetária de natureza restritiva, com foco no controle da inflação e na ancoragem das expectativas. Esse nível de juros reflete a avaliação de que ainda há riscos relevantes no cenário econômico, especialmente relacionados ao ambiente fiscal e às condições externas. Dessa forma, a Selic cumpre o papel de conter pressões inflacionárias e preservar a estabilidade de preços, ainda que imponha limites à expansão da atividade econômica.
Do ponto de vista da economia real, juros elevados encarecem o crédito, reduzindo o ritmo de consumo das famílias e postergando decisões de investimento por parte das empresas. Esse efeito contribui para um crescimento mais contido no curto prazo, ao mesmo tempo em que reforça a previsibilidade macroeconômica. A trajetória futura da Selic dependerá do comportamento da inflação e da redução das incertezas, abrindo espaço, se as condições permitirem, para uma flexibilização gradual da política monetária.
Fontes:
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxaselic
https://www.bcb.gov.br/content/focus/focus/R20251205.pdf
4) Emprego e Desemprego – Brasil e Rio Grande do Sul
- Brasil: A taxa de desemprego no 3º trimestre de 2025 foi de 5,6%.
- A taxa de desemprego caiu para 4,3%, atingindo o menor nível da série histórica e colocando o RS na oitava menor taxa entre os Estados.
Análise rápida:
O mercado de trabalho brasileiro apresenta melhoria, com a taxa de desemprego em cerca de 5,8%, um nível considerado favorável para a conjuntura econômica, pois indica maior absorção da força de trabalho e potencial suporte ao consumo doméstico. No Rio Grande do Sul, esse desempenho é ainda mais acentuado, com a taxa de desocupação em torno de 4,3%, o menor nível já registrado na série histórica, colocando o estado entre os com melhores indicadores no país. A estabilidade da participação na força de trabalho e do nível de ocupação sugere consistência nesse cenário mais robusto de emprego.
Além disso, o boletim estadual mostra que o crescimento do emprego formal no Rio Grande do Sul foi superior à média nacional, com geração de 94 mil postos de trabalho no período recente, distribuídos principalmente nos setores de serviços, construção e indústria. A taxa combinada de desocupação e subocupação também apresentou redução, refletindo não apenas mais pessoas empregadas, mas uma melhora na qualidade da ocupação. Esses fatores reforçam a ideia de um mercado de trabalho regional relativamente dinâmico, com participação ativa de diferentes faixas etárias e perfis profissionais.
Essa evolução do emprego, tanto no plano nacional quanto estadual, contribui para ampliar a base de renda da população, aumentar a massa salarial e fortalecer o consumo de bens e serviços. No Rio Grande do Sul, a redução da desigualdade de rendimentos e a estabilidade da renda média real habitual dos ocupados indicam que a melhora no mercado de trabalho está acompanhada de efeitos sociais relevantes, o que pode sustentar uma trajetória de crescimento econômico mais estável no médio prazo.
Fontes:
https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php
https://www.ibge.gov.br/indicadores#desemprego
5) Conclusão e perspectivas
O conjunto de indicadores analisados aponta para um cenário econômico de maior estabilidade, marcado por inflação moderada, crescimento positivo da atividade econômica, refletido na expansão do PIB, e desempenho favorável do mercado de trabalho. A desaceleração dos índices de preços contribui para uma maior previsibilidade do ambiente macroeconômico, enquanto o avanço do PIB, ainda que em ritmo mais moderado, indica resiliência da economia após um período de recuperação mais intensa.
A política monetária segue exercendo papel central nesse contexto. A manutenção da taxa Selic em patamar elevado reforça o compromisso com o controle da inflação e a ancoragem das expectativas, ainda que imponha restrições à expansão do crédito, ao consumo e ao investimento no curto prazo. A trajetória futura dos juros dependerá da consolidação do processo desinflacionário e da redução das incertezas, especialmente no campo fiscal e no ambiente externo.
O mercado de trabalho constitui um dos principais vetores de sustentação da atividade econômica. A taxa de desemprego em níveis historicamente baixos no país, combinada ao desempenho expressivo do Rio Grande do Sul, com expansão do emprego formal e melhora na qualidade das ocupações, fortalece a renda das famílias e amplia a base de consumo. Esses fatores contribuem para a estabilidade social e econômica, com efeitos positivos sobre a demanda interna.
Em perspectiva, o desafio reside em converter o atual quadro de estabilidade em um ciclo de crescimento mais robusto e sustentável. Para isso, será fundamental avançar na ampliação do investimento produtivo, na elevação da produtividade e na coordenação das políticas econômicas. A continuidade de uma condução responsável da política econômica será determinante para preservar os resultados alcançados e reduzir vulnerabilidades no médio prazo.



